Há cerca de quatro décadas tem sido observado o aumento da população idosa, atualmente no Brasil, atingimos o número de 13 milhões e meio de pessoas com idade acima de 60 anos. O Brasil tem uma projeção para o ano de 2025 que o número de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos será de 32 milhões. Particularmente a região sudeste do nosso país vem experimentando um processo de envelhecimento bastante acelerado, com um forte aumento no volume e na proporção de pessoas com 60 anos ou mais. Este fato é influenciado não apenas pela redução nos níveis de fecundidade, mas também pelas reduções na mortalidade dos próprios idosos.
O aumento da população idosa se deu e evolui de forma progressiva, de modo que se tornou assunto de discussão nas áreas de saúde e social, em que o envelhecimento da população é reconhecido como um problema previdenciário e de saúde pública.
A adoção de um estilo de vida ativo, expresso pela prática regular de
exercícios físicos, poderia reduzir significativamente o número de mortes causadas por doenças oriundas da insuficiência de atividade física como cardiopatia, câncer de cólon e diabetes, além das mortes
causadas por quedas, comuns entre idosos (McARDLE, 1998).
Existe uma variedade de modos de ser velho e de contextos que o determinam, podendo ser analisados os elementos comuns que propiciam a classificação ou reconhecimento como velhos, que em grande parte aparece como uma visão preconceituosa. Sendo assim, a velhice é muito associada à decadência, e não apenas a desgaste físico, mas também à doença e dependência.
O velho era tido como encargo, dependência, trabalho e amolação, muitos deles em asilos, casas de repouso ou clínicas geriátricas, sem carinho, sem afeto, mesmo tendo filhos, netos ou outros parentes, sendo obrigados há terminarem seus dias sozinhos. A visão preconceituosa sobre envelhecimento decorre da insuficiente informação a respeito do processo de transformação a cada ano de vida, lembrando que as mesmas pessoas que tem preconceito com idosos, poderão ser idosas em um futuro próximo.
O verdadeiro descaso com que a velhice vem sendo tratada pelo poder público, a começar pelo aposentado refletido nos baixos salários pagos pela previdência social. Os recursos de saúde são insuficientes e mal equipados para atender as necessidades dos idosos. Sabemos que as doenças crônicas que afetam as pessoas idosas como diabetes, hipertensão, obesidade, comuns nessa fase da vida, dificilmente serão curadas, mas poderá viver mais 20 ou 30 anos utilizando-se de consultas, medicamentos, exames e possíveis internações e outros serviços que ajudarão a manter sua saúde.
Atualmente cria-se uma consciência nova, de que a pessoa idosa continua a ter valor, até mais em razão da experiência acumulada e, por isso mesmo, devendo ser considerada também como uma construtora da sociedade, atora e não ausente.
Cada vez passamos a conviver com mais idosos ativos em sua vida social; portanto, nada mais justo que tenham energia para desempenho de suas funções na vida diária, com dignidade, respeito, e sociabilidade.
Técnicas modernas de reeducação postural, yoga, alongamentos, respiração, shiatsu, do-in, acupuntura, ginásticas em geral, terapias corporais, dinâmica de grupo, osteopatia, quiroprática, meditação, nutrição suplementar, grupos de apoio, e outras, vêm se somando ao arsenal indispensável, com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida ao idoso.
Dentre estas técnicas está o trabalho de contra-resistência, mais conhecido como musculação, que vêm ganhando muita popularidade em função de sua aplicabilidade nas situações que o idoso enfrenta na sua vida diária como subir em um ônibus, entrar em automóveis, subir escadas, atravessar ruas, transporte de volumes, vestuário, banho, agachamentos, abrir e fechar janelas, quedas, etc.
HÄKKINEM e KOMI (1981) ainda demonstraram que,
o treinamento de força cria desenvolvimentos específicos na ativação muscular e nas proporções do desenvolvimento de força, o que torna esse tipo de treinamento o mais indicado para a melhoria da capacidade contrátil.
Através do treinamento de força o idoso poderá viver melhor, ter ganhos de força considerável e ajudar na qualidade de vida diária. Já ouvimos muito se dizer que um o idoso depois do 60 anos de idade não tem ganhos de forças significativas, dizem que ao invés de ganharem massa muscular, perdem essa massa assim não recuperando novamente. Como podemos ver em diversos estudos o idoso pode ganhar massa muscular em qualquer idade, fazendo um programa de treinamento de força.
KATCH (1996) destacou que a redução da massa muscular, que ocorre com a perda das proteínas e do número de fibras contráteis, como o principal responsável pela diminuição da força,associada à idade avançada.
No Brasil o treinamento de força é pouco usado pela população idosa, muita gente acha que levantar peso vai levar a uma musculatura muito forte, ter uma aparência de musculoso, mas não é bem assim que funciona, pois o treinamento de força pode ajudar muito um idoso trazendo muitos benefícios para melhorar as suas necessidades no dia a dia fazendo com que ele execute suas atividades diárias com muito mais vigor e saúde.
Por esse motivo que incentivo o idoso a prática diária de musculação em sua rotina, para melhoria da qualidade de vida geral.
Renato Mazzetelli
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